Observação Oceânica

A rede global de observação oceânica ARGO / A circulação oceânica global




A rede global de observação oceânica ARGO



O que ainda era o sonho de muitos oceanógrafos até poucos anos atrás hoje é realidade: uma rede mundial abrangente de instrumentos de medição para observar os oceanos. O chamado programa ARGO já conta atualmente com mais de 3.500 derivadores de águas profundas nos oceanos sem gelo. Os derivadores são boias de operação autônoma equipadas com a tecnologia mais avançada. Eles recolhem um grande número de dados e informam sobre alterações nos mares. Um derivador de águas profundas consegue descer até 2.000 m de profundidade. Depois de dez dias, ele volta a emergir, medindo parâmetros como temperatura, salinidade, pressão, e eventualmente também o teor de oxigênio. Os dados são transmitidos via satélite. Mais de 30 países fazem parte do programa ARGO, introduzem os seus instrumentos e analisam os dados. Pesquisadores do clima e oceanógrafos utilizam as 100.000 medições realizadas anualmente pelo programa ARGO para entender fenômenos como El Niño ou furacões. Para o norte da Europa e para a Alemanha são importantes as observações feitas no Atlântico Norte, de modo a poder descobrir a tempo oscilações climáticas.

A circulação oceânica global





Impelidas pelo sol e pelo vento, as massas de água dos oceanos estão em movimentação permanente – tanto na superfície como em todas as camadas profundas. Os sistemas globais de correntes interligam os mares e influenciam o clima global. O movimento do mar é composto por muitos redemoinhos turbulentos que se juntam através de grandes distâncias em correntes marítimas, formando uma circulação oceânica que circunda o mundo como uma esteira transportadora ao redor do globo. Na corrente atlântica do Golfo, por exemplo, o vento impele massas de água quente na superfície para o norte. Como um "aquecedor", essa água quente é responsável pelo clima moderado no norte da Europa. No Atlântico Norte, essas águas se esfriam fortemente. A sua densidade aumenta, e elas descem em direção às profundezas. Como correntes profundas, elas voltam para sul – propulsionadas pelas diferenças de densidade. As oscilações na temperatura e na salinidade na superfície transportam enormes massas de água pelos oceanos. As águas profundas do Atlântico Norte atravessam o Atlântico Sul e se unem com a Corrente Circumpolar Antártica, a maior corrente marítima da Terra que circula em torno do continente antártico. Na direção inversa, massas de água fluem em grande profundidade em direção norte ao Oceano Índico e ao Oceano Pacífico, onde lentamente voltam a subir. Para realizar um ciclo, as águas precisam de aproximadamente 1.000 anos. Dados do passado mostram que a circulação esteve sujeita a oscilações que por sua vez estiveram sempre ligadas a alterações do clima. Não está claro se é a atmosfera que exerce influência sobre o oceano, ou se é o oceano que influi na atmosfera. Oceanógrafos, matemáticos e geólogos estudam esta interação complexa no presente e no passado, para poder avaliar melhor as condições futuras de vida na Terra.